domingo, 17 de janeiro de 2010

SÉRIE: O que fazem da música ? (O Rock)

Os poderes malignos do Rock ( e não é o Balboa)

por Tarcito Lear

Aqui vai a série O que fazem da música? O primeiro texto trata sobre um estilo musical velho, velho, mas igualmente aos Roling Stones, nunca perde a juventude e permanece ainda hoje fora dos estilos que tornaram para muitos caducos e sem graça. Estamos falando do dinossauro Rock.

O "Rock" é aquele som selvagem que vem contestar, estremecer, despertar os nossos instintos paleoticamente reprimidos que faz os jovens se trajarem de preto, falar merda na frente da mãe, celebrar esquisitices nojentas e grudentas e que, enfim, faz senhores setentões-metaleiros-despirocados acharem-se jovens que ainda dão no couro. Aquele rockzinho antigo que estava muito mais preocupado em fazer a moçada rolar e dançar com o Twist and Shout foi dando lugar a algo mais avassalador, obscuro e capetista. Ademais, dizer que o mandamento do rock é Sex, drugs and rock and roll é, hoje, um tanto quanto demondé e comportadinho demais para se referir aos headbengers que costumam dá adeus ao outro com o terceiro dedo levantado. Os jovens rockeiros perdidos se transformaram desde a explosão punk em melancólicos exemplares humanos fodidos, decadentes que acreditam piamente que ser niilista é a coisa mais formidável do planeta e que, no mais, acham legal deixar esse mundo aos vinte e poucos anos graças a sua vidinha de junkie.

Tendo como fundo musical muitos acordes, solos e riffes de guitarra, os metaleiros que seguem a levante mais punk-trash-death faz uma espécie de divinização daquilo que é imundo e tosco , seguindo o evangelho de algum dos muitos deuses da mitologia do rock and roll. A juventude do rock mais agressivo é assim: assumem uma postura insana, auto-destrutiva e intensa espelhada no seu herói-deus que muito provavelmente é um maníaco amalucado que a qualquer hora pode cometer o suicídio... Algum humano, demasiado humano vem e se transforma em um mito para uma legião de fãs e que acaba por ser idolatrado como a um deus na terra por parecer o cara mais fodão e débil mental que já habitou este planeta.
Foi o Hedrix que morreu engasgado, segundo as más línguas, no seu próprio vômito; foi o Lennon que fora assacinado por um cara que se dizia seu fã; a Janis que se encheu de drogas e acabou por ter uma overdose; o Jim Morrison que morreu na banheira da sua casa e que ainda hoje, acredite, dizem que ele está em algum lugar da África vivinho da silva. Enfim, para ser deus no rock and roll tem que ter uma vida dionisíaca piradona e uma morte de deixar o público boquiaberto.

Há também a linha mais progressiva do rock e a mais levizinha também ... Os progressivos fazem um som mais sofisticado cheios de instrumentos e emperiquitamento na música... estes fazem questão de serem menos anormais no mundo rock.. as baladas mais leves fazem sucesso com os mais coca-colas da vida (felizinhos) e tiro daqui a tribo emo (estes merecem uma matéria só para eles).
Mas no geral, todo rockeiro e metaleiro estão lá em crise buscando algo que faça um mínimo de sentido para sua triste vida, muitos se auto-celebram em seus pedestais com muita devassidão, porres alcóolicos, diversões demenciais, furiosos com a vida. Cagam e mijam em toda e qualquer coisa que julgam ser "careta".
Por fim, realmente, os metaleiros nunca serão o orgulho da mamãe...

Nenhum comentário:

Postar um comentário